CACINOR envia manifesto ao Governo do Estado
sexta, 05 de março de 2021
Manifesto do setor produtivo da região apresenta sugestões com o intuito de colaborar com o processo de retomada das atividades econômicas
Leia o texto na integra:
Maringá, 05 de março de 2021.
Vossa Excelência
Senhor Governador do Estado do Paraná
Carlos Roberto Massa Júnior
REF.: MANIFESTO
A CACINOR – Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Noroeste do Paraná, entidade que representa 30 Associações Comerciais e cerca de 10 mil empresas se manifesta contra o decreto estadual publicado no dia 26 de fevereiro de 2021 com o argumento de controlar a propagação do coronavírus (COVID-19).
Salientamos que o setor produtivo, não tem sido o responsável pela propagação do vírus e não pode ser onerado pela irresponsabilidade de parte da população que insiste em ignorar as medidas de prevenção. As empresas de nossas cidades têm se dedicado intensamente seguindo todas as normas, trabalhando com responsabilidade e segurança.
O Governo do Estado precisa reavaliar algumas das suas decisões e medidas de restrição, principalmente não prorrogando ainda mais tal decreto, que pune a todos, tomando medidas para que a saúde da população seja preservada, mas que os impactos sob a economia sejam controlados e que todos possam ter seu sustento, emprego e empresas salvaguardadas.
O setor produtivo insiste que, sem fiscalização das medidas, não haverá êxito, tornando-se inócuas. As regras penalizam duramente nosso setor que é um dos principais responsáveis por gerar renda, empregos e desenvolvimento.
VACINAR A POPULAÇÃO É URGENTE e deve ser tratado como prioridade. Cabe ao Estadual atuar com agilidade para que a vacinação chegue o mais rápido possível. Faz-se necessário ainda aumentar a quantidade de leitos hospitalares, intensificar a realização de testes e ter a certeza de que as pessoas infectadas cumpram a quarentena com a disciplina devida. É preciso fiscalização constante sob verdadeiros focos de contaminação. O lockdown gera ainda mais desemprego reduzindo a renda do trabalhador, MUITAS FAMÍLAS ESTÃO EM CASA SEM RECURSO PARA SUAS NECESSIDADES BÁSICAS.
Nossa entidade está próxima dos comerciantes, industriais, prestadores de serviço, enfim, de todas as áreas empreendedoras, e conhecem às verdadeiras dificuldades enfrentadas neste momento e queremos dialogar sobre as medidas propostas.
Sendo assim, apresentamos abaixo algumas sugestões levantadas com os setores por meio das Associações Comerciais e Empresariais filiadas com o objetivo de colaborar com o combate aos reflexos da pandemia:
• Ampliar a possibilidade de horários que as empresas possam atender, considerando que ao restringir aumenta-se a tendência a aglomerações.
• Dar autonomia para os prefeitos elaborarem as medidas restritivas. Nossos municípios são muito diversos para que se tenha uma única norma restritiva em todo Paraná.
• Cobrar das Prefeituras com apoio dos entes estaduais, rigor na fiscalização em reuniões particulares, eventos e quaisquer aglomerações que tragam risco a população, uma vez que estas são potenciais disseminadores dessa doença.
• Promover campanhas de conscientização para que a população entenda a GRAVIDADE DA SITUAÇÃO, o lockdown usado como medida de conscientização, coloca sobre os ombros do empresariado o fardo que deveria ser de toda sociedade. Este deveria ser considerado como última medida, porém, não sem antes a consulta da sociedade e seus representantes, pois tal medida causa impactos sociais e econômicos muitas vezes irreversíveis.
• Promover medidas compensatórias para que o setor produtivo suporte os impactos das medidas restritivas, especialmente para segmentos onde a folha de pagamento corresponde à maior despesa do negócio.
• Quando da necessidade de novos decretos restritivos, atentar-se a antecedência necessária para que a sociedade e empresários consigam ter tempo hábil para atender tal decreto.
• Tomar medidas que promovam o corte dos gastos públicos afim de que estes sejam empregados onde se faz mais urgente, a saúde e vida do povo.
• Promover ampla divulgação dos dados do programa de vacinação, afim de que toda população saiba de seu andamento, e que no momento oportuno seja vacinada.
Reiteramos o compromisso de nossa Coordenadoria e do sistema FACIAP com as medidas de prevenção. O sistema associativista se compadece e lamenta profundamente as mortes provocadas pela pandemia e ressalta que o lockdown não é a saída mais viável, pois abala a economia e contribui pouco para o combate ao vírus. Acreditamos que o melhor caminho é o diálogo entre o setor produtivo e o Governo para chegarmos em um equilíbrio favorável para manter a vida da população e a vida das empresas.
Rafael Canali
Presidente da CACINOR
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