A liderança num mundo em trans

Liderança baseada em valores – Os novos papeis dos gestores do sec. XXI” foi tema de encontro promovido pelo Comitê de Gestão de Pessoas da AMCHAM (Câmara Americana de Comércio), na manhã de hoje, 18 de maio. Quem ministrou sobre o assunto foi o professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Marco Tulio Zanini. E para mostrar o lado prático dessa realidade, a Diretora de Desenvolvimento de Pessoas da AES Brasil, Leila Gandos, falou sobre a experiência da organização.
Para Marco Tulio, hoje há um novo ambiente de trabalho, que veio da transição da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento. Na qual a grande revolução é que o trabalhador, por deter o conhecimento, passa a fazer parte dos meios de produção. “Essa transição e como ser líder nesse processo são os grandes temas das escolas de negócio de todo o mundo”, salientou o professor da FDC.
Com essas mudanças novos temas ganharam presença no universo organizacional, como qualidade de vida e criatividade por meio do tempo ocioso e do espaço anárquico. Outra variação levantada por Zanini é que o RH deve deixar de ser operacional para ser estratégico.

A liderança vem da confiança
Explorando a importância dessa variável, Marco Tulio destacou que a confiança está entre os principais indicativos de riqueza de um país, como demonstrou estudo do Banco Mundial. Segundo o palestrante, a confiança é fruto das relações humanas e do exercício da liberdade individual. “O líder representa o anseio da coletividade e cria sentido para o trabalho”, disse.
O Brasil tem baixa confiança institucional, o que gera uma lógica cultural que precisa ser trabalhada. A percepção de injustiça, a ausência de meritocracia, a distância social de poder e o autoritarismo são fatores determinantes para a baixa confiança dos brasileiros. “Vivemos em uma sociedade onde as pessoas se enxergam como desiguais. No Brasil, o autoritarismo está impregnado na gestão”, colocou Zanini.
O líder, segundo Marco Tulio, deve criar uma visão de futuro compartilhada, agir com transparência e integridade, conferir autonomia, gerar uma comunicação eficaz e reduzir ambiguidades. “É função do líder mostrar um norte”, disse.

O exemplo da AES
Para trazer o lado prático do tema liderança, a Diretora de Desenvolvimento de Pessoas da AES Brasil, Leila Gandos, compartilhou as experiências da organização, que está presente em 29 países e possui 11 milhões de clientes e 28 mil colaboradores. No Brasil, são 6,8 milhões de clientes e 5.700 colaboradores.
Para fazer da atuação do RH estratégica, a empresa traçou seis pontos: Liderança superior; Geração global de talentos; Competências superiores; Alta performance como organização que aprende; Excelência de RH; e Pessoas comprometidas.
Um dos pilares para sustentar essas práticas é a educação corporativa. Na AES ela é dividida em três áreas: Líder-educador; Desenvolvimento, capacitação e autodesenvolvimento; e Educação para a cadeia de valor. Dentro disso, a empresa desenvolveu programas, como o Programa de Desenvolvimento de Liderança – dividido em dois níveis. No primeiro, chamado de “batismo”, já participaram 750 colaboradores desde 2005. Neste ano, os programas serão voltados para diretores.
Por: Toni Mello
Fonte: Abril.com

Data de Publicação: 19/01/2011