Como enfrentar a concorrência?
Há alguns anos fui paraninfo em uma turma da FGV em Caxias do Sul. Nessa formatura, os alunos decidiram homenagear dois gaúchos ilustres: Tarso Genro e Raul Randon.
Em seu discurso, o político falou da importância das leis, da necessidade de mudar coisas que não funcionam, da importância da política. E o fez utilizando palavras de ordem e termos próprios dos palanques eleitorais. Ao final foi aplaudido protocolarmente.
Já o empresário, com toda a simplicidade de homem do interior, explicou que estava muito honrado com o convite, mas que nada saberia dizer sobre como pessoas que terminavam uma pós-graduação poderiam fazer para que seu esforço fosse recompensado. Continuando, explicou que a única coisa que ele seria capaz de ensinar a alguém que tinha estudado tanto mais do que ele próprio é que, sem trabalho, nenhum conhecimento tinha qualquer serventia. Foi aplaudido de pé.
Naquele dia eu aprendi que o que faz a diferença não são os títulos que carregamos, ou as idéias revolucionárias que temos na cabeça. O que realmente importa é a nossa vontade de trabalhar duro e colocar em prática o que sabemos, por menos que seja.
Fiquei pensando nisso quando escolhi falar nesse artigo sobre como enfrentar uma concorrência cada vez mais agressiva e nem sempre muito leal.
Em primeiro lugar, quero lhe dar um conselho, inspirado nas sábias palavras que ouvi do Sr. Randon. Não perca muito tempo reclamando do que os outros estão fazendo. Trabalhe duro, faça o seu melhor, estude, se aprimore e, acima de tudo, não dê ouvidos aos arautos das catástrofes.
Caso lide com ações desleais de seus concorrentes, não perca tempo reclamando, nem tente revidar na mesma moeda. A vida tem provado que aqueles que querem “se dar bem sem se esforçar” até conseguem, mas por pouco tempo. Os verdadeiros premiados são aqueles que se esforçam por ter uma postura ética e honesta, independente do que façam as pessoas que estão a sua volta.
Se o buraco é mais embaixo, porque além de desleais os seus concorrentes são desonestos e não hesitam em corromper o mercado para vender, meu conselho permanece o mesmo, pois mantenho inabalável minha crença de que os honestos triunfarão perante os desonestos.
Mas quero chamar sua atenção a importância de denunciar, sempre que for possível provar a falcatrua do outro. Se sabemos que nosso concorrente está sendo desonesto, está corrompendo o mercado ou pratica estratégias condenáveis como cartel, temos que denunciá-lo. Para fazê-lo é importante colecionar um conjunto de provas e evidências que permitam calçar aquilo que estamos evidenciando com fatos e dados e não com insinuações e achismos.
Fazendo assim estaremos preparando nossa empresa para ser uma companhia de categoria internacional. Como são essas empresas? Nelas não se discute o risco de ser superado pela concorrência. O que se discute são as estratégias necessárias para se manter no topo da pirâmide do mercado.
Nessas organizações de categoria internacional não se teme que o empregado aceite o assédio da concorrência e resolva se bandear para o outro lado só porque recebeu uma oferta de salário maior. Isso porque esse empregado já recebe a melhor remuneração do mercado.
Em empresas verdadeiramente comprometidas com a idéia de vencer honestamente no mercado não existem fofocas de corredor e a rádio peão não tem audiência. Por quê? Porque nelas as pessoas sabem que não precisam temer “golpes baixos” ou “puxadas de tapete”. Fonte: JB Vilhena
Lembre-se: Tenha Atitude.
Vanderlei César Feldmann
Data de Publicação: 22/02/2012