Iniciativas das Empresas
Iniciativas das Empresas para Superação das dificuldades no Cenário Internacional
Dois artigos interessantes e totalmente diferentes, publicados no The Diplomat e no Financial Times, dão exemplos vivos de como num sistema descentralizado, utilizando as vantagens das economias de mercado, as empresas procuram formas de superar os obstáculos que se apresentam pelas sucessivas crises econômicas, tanto as de origem na crise financeira mundial como de 2008 como os desastres naturais de 2011 no Japão.
As economias de um país são mais complexas do que todos os estudiosos conseguiram consubstanciar em suas teorias, que sempre elegem alguns fatores com os quais procuram explicar os funcionamentos dos mercados. Elas são instrumentos que ajudam a pensar, mas são grosseiras simplificações, entre outros, supondo a racionalidade do comportamento humano, quando ela pode ser movida por outros sentimentos, até de sobrevivência.
No The Diplomat, a autora Hiroko Ogawa fala de um Japão, uma nação construída com contradições e justaposições, onde convivem arranha-céus ao lado de templos antigos, ou um casal shinto efetuando um casamento do estilo cristão. Ela fala do “Cool Japan” e do “Isolated Japan”, o primeiro que cresceu aceleradamente, incorporando o mangá, Hello Kitty, celulares de alta tecnologia, robôs, sushi e muito mais do Japão atual, com toda a sua complexidade. O segundo é onde ocorre o “Galapagoszation” do país que, segundo ela, aplica-se a tecnologia japonesa, que foi desenvolvida a um nível razoável, mas que fez isolar a indústria japonesa.
Segundo a autora, a quintessência da Galapagoszation é o telefone celular do Japão, que foi dos pioneiros no mundo, provocando todas as inovações imagináveis com grande rapidez, mas, em vez de ter uma flexibilidade para adaptação no exterior, rejeitou qualquer padronização, ficando confinado somente na sua península. Assim, em abril de 2011, os cinco produtores mundiais são: 1) Nokia, 2) Samsung, 3) LG, 4) Apple e 5) ZTE (chinesa). A Sony Ericsson deixou de participar do grupo dos cinco mais importantes. Como consequência, o Facebook como o Twitter só é usado por 2% da população japonesa, quando está disseminada no mundo.
Agora, as empresas japonesas estão procurando se associar com outras estrangeiras para o desenvolvimento conjunto de tecnologias.
O Financial Times, num artigo de Daniel Schaefer, fala do sucesso alemão, para superar a crise de 2008, concentrar seus esforços no desenvolvimento de recursos humanos. Com a continuidade do seu desenvolvimento tecnológico em equipamentos, automóveis e química, a Alemanha emerge mais forte com a crise, com base nas suas pequenas, médias e muitas vezes familiares empresas, que chamam de Mittelstand, dedicadas a produção de bens caros e sofisticados.
Acabaram desenvolvendo closters, ou seja, uma espécie de mosteiro, que combina conhecimento das empresas, institutos privados de pesquisa, universidades e câmaras de comércio, preservando os relacionamentos pessoais.
No fundo, as economias de mercado permitem diferentes e múltiplas iniciativas, que somadas acabam refletindo um esforço nacional, dentro de um mundo globalizado. Não existe uma linha, um exemplo, todas as iniciativas são válidas, algumas darão certos, algumas não.
Compartilhe esse artigo:
EmailFacebook
Data de Publicação: 24/08/2011