O Processo Empreendedor

UNAERP - UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO






O PROCESSO EMPREENDEDOR
Administração Empreendedora





Beatriz Palim 784629
Fabiana Azevedo 771637
Felipe dos Santos Bett 784625
Giovana Elene Machado 784623
Juliane Martendal 784613
Natália Monteiro Bosco 784622
Rita Gabriele Barbosa 784550






Ribeirão Preto - SP
2010
O PROCESSO EMPREENDEDOR

1. A Revolução do Empreendedorismo
O mundo atualmente tem passado por várias transformações, onde as inovações mudaram o estilo de vida das pessoas. Por trás dessas inovações existem pessoas ou equipes, com características especiais. São pessoas visionárias, que questionam, arriscam, querem algo diferente. Os empreendedores têm essas características, são diferenciados, possuem motivação, gostam do que fazem, querem ser reconhecidos.
Acredita-se que o empreendedorismo mudará a forma de se fazer negócios no mundo. Em razão do grande avanço tecnológico, o empreendedorismo ganhou ainda mais força, e faz com que empresários adotem paradigmas diferentes. A chamada nova economia, a era da internet, mostrou que boas idéias inovadoras, bom planejamento, equipe competente e motivada são importantes para gerar negócios grandiosos.
Há 20 anos a criação de um negócio próprio por jovens recém formados era considerado uma loucura, mesmo porque as universidades formavam profissionais para dirigir uma grande empresa e não para criar empresas. Mudar essa visão levou algum tempo para redirecionar ações, repensar conceitos. Atualmente o empreendedorismo já tem sido centro das políticas na maioria dos países.
Existem atualmente muitas ações relacionadas com o empreendedorismo e inovações tecnológicas como, por exemplo, programas de incubação de empresas e parques tecnológicos, programas e incentivos governamentais para promover a inovação e transferência de tecnologia, entre outros.
Os Estados Unidos têm o maior exemplo de compromisso nacional com o empreendedorismo. O desafio dos americanos atualmente é retomar este dinamismo para vencer a crise do mercado imobiliário de 2007/2008. Os economistas e especialista afirmam que a saída é estimular e desenvolver o empreendedorismo em todos os níveis.

2. Empreendedorismo no Brasil
O empreendedorismo no Brasil começou na década de 1990. Antes disso, o ambiente político e econômico do país não eram propícios. O SEBRAE é um dos órgãos nacionais mais conhecidos, que dá todo suporte que se precisa para iniciar uma empresa. O crescente movimento de franquias no Brasil também pode ser considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional.
De acordo com o relatório apresentado pela GEM, o Brasil apareceu como o país que apresenta melhor número de habitantes adultos que começam um novo negócio: um adulto em cada oito. No entanto, a criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico. A partir do estudo anual do GEM, originaram-se duas definições de empreendedorismo:
A primeira definição seria o empreendedorismo de oportunidade, onde o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, tem planejamentos, tem em mente o crescimento que quer buscar, visa lucro, geração de riqueza. Este está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico.
A segunda definição seria o empreendedorismo de necessidade, caracterizado muitas vezes pela falta de opção do empreendedor, por estar desempregado e sem alternativas de trabalho. Estes negócios geralmente não são planejados e possuem poucas chances de se tornarem ativos no mercado, não gerando desenvolvimento econômico. Além disso, faltam políticas públicas direcionadas à consolidação do empreendedorismo no Brasil.

3. Análise Histórica do Surgimento do Empreendedorismo
A palavra “empreendedor” surgiu na França, com significado de: aquele que assume riscos e começa algo novo.
O primeiro uso do termo empreendedorismo foi por Marco Pólo, que assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro que hoje é mais conhecido como capitalista, para vender as mercadorias deste.
Na idade média, o termo foi definido para aqueles que gerenciavam grandes projetos de produção, que não assumiam grandes riscos, apenas gerenciavam os projetos com os recursos disponíveis pelo governo do país.
Já no século XVII o empreendedor estabeleceu um acordo contratual com o governo para realizar alguns serviços ou fornecer produtos. Por ter os preços prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era de responsabilidade do empreendedor.
No século XVIII, com a industrialização que ocorria no mundo, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados.
No final do século XIX e inicio do século XX, os empreendedores foram confundidos com os administradores, como aqueles que organizavam a empresa, pagavam os empregados, planejavam, dirigiam e controlavam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista.

4. Diferenças e Similaridades entre o Administrador e o Empreendedor
Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter sucesso, mas nem todo administrador é um bom empreendedor. O empreendedor tem algo a mais: características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional. Para ter sucesso ele possui características extras, além do atributo do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa dando uma idéia, surgindo uma inovação, e desta, uma nova empresa. Os empreendedores de sucesso são visionários, sabem tomar decisões, são indivíduos que fazem a diferença, sabem explorar ao máximo as oportunidades, são determinados e dinâmicos, dedicados, otimistas, independentes, ficam ricos, são líderes, organizados, sabem planejar, possuem conhecimento, assumem riscos e criam valor para a sociedade.
O trabalho do administrador seria o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar. As demandas especificam o que deve ser feito e restrições são os fatores internos e externos da organização que limitam o que o responsável pelo trabalho administrativo pode fazer.
Segundo Hampton (1991), os administradores se diferem por ocupar um nível na hierarquia, que define como os processos administrativos são alcançados, e o conhecimento que tem no geral da empresa. O trabalho administrativo pode ser identificado como de supervisão, médio e alto.
Os supervisores tratam de operações de uma unidade específica, como uma seção ou departamento. Os Administradores médios ficam entre os mais baixos e os mais altos níveis da hierarquia em uma organização. Já os administradores de alto nível, são aqueles que têm a mais alta responsabilidade e a mais abrangente rede de interações.
Segundo Kotter (1982), os gerentes gerais, criam e modificam agendas, incluindo metas e planos para sua organização e desenvolvem redes de relacionamentos cooperativos para implementá-la. São ambiciosos, buscam o poder, são especializados, têm temperamento imparcial e muito otimismo.
Alguns mitos vêm se destacando quando o assunto são os empreendedores:
Mito 1: “Empreendedores são natos, nascem para o sucesso”. Pelo contrário, empreendedores de sucesso acumulam habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos.
Mito 2: “Empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos”. A realidade é que eles tomam riscos calculados e evitam riscos desnecessários.
Mito 3: “Os empreendedores são “lobos solidários” e não conseguem trabalhar em equipe”. De fato os empreendedores são ótimos líderes que são capazes de formar ótimas equipes, com um excelente relacionamento no trabalho com parceiros, clientes, fornecedores, colegas entre outros.

5. Conceituando Empreendedorismo
Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em oportunidades.
Joseph Schumpeter (1949) define que o “empreendedor” destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.
O revolucionário é aquele que cria novos mercados, ou seja, algo único. Já o empreendedor é aquele que cria negócios, que inova dentro da empresa já construída, que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ele, assumindo riscos calculados.
Até alguns anos atrás se acreditava que o empreendedor nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso dos negócios. Isto é um mito. Cada vez mais acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido. Os empreendedores natos existem sim, mas muitos outros podem ser capacitados para tal perfil.
Os objetivos do ensino do empreendedorismo são: identificação e entendimento das habilidades do empreendedor; identificação e análise de oportunidades; como ocorre a inovação e o processo empreendedor; importância do empreendedorismo no desenvolvimento econômico; como preparar e utilizar um plano de negócios; como identificar fontes e obter financiamento para o novo negócio; como gerenciar e fazer a empresa crescer.
As habilidades requeridas para um empreendedor são: Técnicas: Envolve saber escrever, ouvir as pessoas, captar informações, ter boa oratória, ser organizado, saber lidar e trabalhar em equipe. Gerenciais: Criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações, e ser um bom negociador. Pessoais: Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário.

6. O Processo Empreendedor
A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso. Mas na verdade, essa decisão ocorre devido fatores externos, sociais e ambientais, e aptidões pessoais.
A inovação é a semente do processo empreendedor. As inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial. Já o talento empreendedor resulta da percepção, direção, dedicação e muito trabalho. Onde existe talento, há a oportunidade de crescer, diversificar e desenvolver novos negócios. Mas talento sem idéias é como uma semente sem água.
Quando o talento é somado à tecnologia e as pessoas têm boas idéias viáveis, o processo empreendedor está na iminência de ocorrer. Mas, existe ainda a necessidade de um combustível essencial: o capital.
Segundo Dertouzos (1999), a inovação tecnológica possui quatro pilares:
- Investimento de capital de risco;
- Infra-estrutura de alta tecnologia;
- Idéias criativas;
-Cultura empreeendedora focada na paixão pelo negócio.
Já as fases do processo empreendedor são:
 Identificar e avaliar oportunidades: É a parte mais difícil. O empreendedor precisa ter muita percepção para os negócios. Mas muitos dizem que isso ocorre por sorte. Outros dizem que sorte é o encontro da competência com a oportunidade.
 Desenvolver o plano de negócios: Pode ser a parte mais trabalhosa do ciclo. Ela dá forma a um documento que sintetiza toda a essência do negocio, a estratégia da empresa, seu mercado e competidores, como vão gerar receitas, etc.
 Determinar e captar os recursos necessários: É conseqüência do que já foi feito e planejado no plano de negócios. A captação de recursos pode ser feita de diversas formas. Há alguns anos as únicas possibilidades de obter financiamento ou recursos no Brasil eram através de bancos ou economias pessoais ou de conhecidos. Hoje já é mais comum encontrar a figura do capitalista de risco que prefere arriscar em novos negócios a deixar todo seu dinheiro aplicado nos bancos.
 Gerenciar a empresa criada: O estilo de gestão do empreendedor na prática, deve reconhecer suas limitações e saber recrutar uma excelente equipe de profissionais para ajudá-lo a gerir a empresa.
Outra forma de analisar os aspectos críticos do processo empreendedor, segundo Timmons (1994), é pelos seguintes fatores:
 Oportunidades: Avaliação para que se tome a decisão de continuar ou não com o projeto.
 Equipe empreendedora: Os profissionais da equipe têm perfis complementares
 Recursos: Saber como e onde captá-los. A analise dos recursos necessários deve ser a ultima a ser feita, para evitar que o empreendedor e sua equipe restrinjam a análise da oportunidade, que é a primeira tarefa a ser realizada.
Sendo assim, o planejamento, por meio de um plano de negócios (business plan), é a ferramenta do empreendedor, com a qual sua equipe avalia oportunidades, identifica, busca e aloca os recursos necessários ao negócio, planeja as ações a serem tomadas, implementa e gerencia o novo negócio.

Data de Publicação: 25/09/2014