Um bom caminho a seguir...
...desenvolvimento
Por Wilson Quinteiro
É tempo de focar novos caminhos de investimentos públicos e privados. Gerar condições de incentivos à maior produtividade e despertar mais o empreendedorismo – atitude natural daqueles que integram o setor produtivo do país.
O Sistema Nacional de Fomento (SNF) organizado, representado por bancos de desenvolvimento e agências de fomento sob a gestão dos governos estaduais, junto com o BNDES, têm importante missão de promover o desenvolvimento sustentável em todas as suas esferas – econômica, social e ambiental – e consolidar o SNF no Brasil. Os bancos públicos seguem uma trajetória de melhora operacional e financeira, demonstrando um impacto positivo para a organização regional, uma vez que preferenciam o financiamento de atividades com fortes relações econômicas locais, além de priorizarem a oferta de crédito e atividades que tenham maior enraizamento nas áreas onde atuam.
Os poderes públicos com o setor privado, conjuntamente, podem fortalecer a realidade econômica do país. Para tanto, é necessária a criação de políticas públicas para simplificar o acesso ao crédito oferecido pelas instituições financeiras de desenvolvimento para os mais diversos setores que contribuem para a aceleração do desenvolvimento sustentável por meio do estímulo a investimentos, criação de empregos e renda, a modernização das estruturas produtivas, o aumento da competitividade e a redução das desigualdades sociais. Parcerias público-privadas (PPPs), incentivos maiores à inovação, ao agronegócio, à indústria geram considerável transformação na economia e, por consequência, na qualidade de vida das pessoas.
Esse caminho tem sido adotado? Os empréstimos concedidos no Brasil, por meio de nosso sistema financeiro, têm sido destinados ao desenvolvimento? Qual o montante para essas políticas públicas? A resposta vem da economia nacional. Dos aproximadamente R$ 3 trilhões que são objeto de empréstimos em nossa economia, segundo dados da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento – ou 55% do PIB –, apenas 6% desse montante emprestado foi destinado aos empréstimos com características de desenvolvimento/fomento, ou seja, com características de longo prazo, com apelo social. Este desequilíbrio prejudica o desenvolvimento do país, especialmente o desenvolvimento regional, com suas peculiaridades.
O porcentual de 6% do sistema financeiro brasileiro aos empréstimos com características de desenvolvimento está na contramão, por exemplo, da produção interna para o crescimento e, principalmente, da busca para o aumento das exportações. É preciso fomentar ainda mais o setor produtivo para que possamos avançar economicamente nesse cenário em que se busca crescimento. Daí a necessidade de melhor organização do Sistema Nacional de Fomento no país para que possamos trilhar o caminho do desenvolvimento com melhor distribuição dos empréstimos; métodos que possam gerar equilíbrio nas relações produtivas e economia. Razão pela qual devemos trabalhar com as autoridades monetárias – Banco Central, ministérios da Fazenda, Integração Nacional, Planejamento, Orçamento e Gestão, e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com o intuito de discutir medidas para o aproveitamento da potencialidade dos agentes regionais de financiamento.
*Wilson Quinteiro, advogado, é diretor de operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e presidente da comissão temática de operações da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE).
Data de Publicação: 09/07/2015