O apoio das entidades empresariais às Sociedades de Garantia de Crédito (SGCs)” foi o tema da palestra que abriu o segundo dia da XXI Convenção Anual da Faciap, evento que reúne empresários de todo o estado em Foz do Iguaçu. A mesa, presidida pelo diretor técnico do SEBRAE Nacional, Carlos Alberto dos Santos, contou com o presidente da SGC Garantiserra, Alexandre Scotti Debaco, e o presidente do Sicoob Paraná, Jefferson Nogaroli.
Em 1999, uma pesquisa do SEBRAE levantou as principais dificuldades das micro e pequenas empresas. 60% do empresariado apontou como grande problema o acesso ao crédito e ao fomento, seguido do acesso ao mercado (21%), consultoria em gestão (11%) e educação (8%).
Debaco abriu as explanações com a trajetória e os dados da Garantiserra, em operação em Caxias do Sul (RS) e pioneira no Brasil. Em junho de 2001, um grupo realizou uma missão de negócios em Vêneto, na Itália, para fortalecer o projeto e buscar novas ideias. Em março de 2005, a Garantiserra realizou a primeira operação através do BRDE e, em novembro de 2005, foi firmado um convênio com o Banco do Brasil e o SEBRAE.
A região de Caxias do Sul representa 12% do PIB do Rio Grande do Sul e possui 80 mil empresas registradas. Dessas, 99,3% são micro e pequenas empresas. “Os principais objetivos da SGC são facilitar o acesso ao crédito, promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, prestar informações e suporte aos projetos, e oportunizar a redução das taxas de juros e tarifas. Porém, mais importante do que tudo isso é orientar o uso do crédito, para que ele seja uma ferramenta e não uma armadilha”, destaca o presidente da Garantiserra, que, atualmente, possui 499 empresas associadas.
Para poder usufruir dos serviços oferecidos pela SGC, os empresários precisam estar em dia com os impostos e a previdência, enquadrar-se na análise de crédito, ser sócio beneficiário da associação e ter a demanda aprovada pelo Comitê Técnico. Para Debaco, “o fortalecimento da economia regional e o direcionamento para a melhor linha de crédito de acordo com as necessidades de cada empresário são as grandes vantagens das SGCs”.
O presidente do SICOOB Paraná define a SGC como uma “cooperativa de aval para quem tem boas ideias e bons projetos”. Nogaroli afirma ainda que ela funciona como fermento para as empresas, ao oferecer crédito e a possibilidade de crescimento para o empresariado. “O Paraná está no caminho certo ao integrar as instituições. É preciso um trabalho conjunto para a consolidação dessa iniciativa no estado”, completa.
O diretor da FIEP, João Alberto Soares de Andrade, foi um dos debatedores da mesa e apontou que a elevada taxa de mortalidade das empresas é resultado da falta de capacitação e recursos. “Nesse contexto, as SGCs aparecem para dar longevidade às micro e pequenas empresas. Para isso, é necessário um trabalho coordenado entre entidades empresariais e os governos municipal, estadual e federal”, explica.
As SGC entraram em operação no Paraná no final de agosto. Atualmente, o estado conta com três Sociedades: a Sociedade de Garantia de Crédito do Oeste do Paraná (Garantioeste), com sede em Toledo; a Sociedade de Garantia de Crédito do Sudoeste do Paraná (Garantisudoeste) em Francisco Beltrão; e a Sociedade de Garantia de Crédito do Noroeste do Paraná (Noroeste Garantias), que atende empresários de Maringá e região.
Fonte: Faciap