Presidente da Fiep afirma que resultado está aquém da expectativa do empresariado, mas é motivo de otimismo diante do cenário internacional.
A indústria paranaense fechou o primeiro quadrimestre deste ano com leve crescimento de 0,30% em suas vendas, quando comparado ao mesmo período de 2011. Foi a primeira vez em 2012 que o setor apresentou resultado positivo no acumulado do ano, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, apesar de estar aquém do esperado pelo empresariado, o desempenho é motivo de otimismo, principalmente devido ao cenário de instabilidade atravessado pela economia mundial.
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Em abril, as vendas industriais paranaenses tiveram queda de 2,17% em relação ao mês anterior, decorrente da retração de 14 dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep. Entre eles, dois dos três itens com maior participação relativa na indústria do Estado: veículos automotores, com -20,10%, retornando a uma trajetória normal de vendas após aumento de 31,26% em março; e refino de petróleo e produção de álcool, com -2,24%, devido ao menor número de dias trabalhados em abril.
O resultado do quarto mês de 2012, porém, foi 3,06% superior ao de abril de 2011, o que possibilitou o crescimento de 0,30% no quadrimestre. “Os números este ano não são tão bons quanto os de 2011, mas a indústria brasileira e paranaense está ciente do cenário internacional, que pesa negativamente em nosso desempenho”, afirma Campagnolo.
O presidente da Fiep acrescenta que, mesmo com uma desaceleração em relação ao ano passado, a estimativa é que a indústria do Paraná registre novo crescimento em suas vendas em 2012. “O País e o Estado têm sustentado níveis de crescimento acima da média mundial, especialmente pelo aquecimento do consumo interno, e isso é positivo”, declara.
Campagnolo diz também que as medidas de estímulo à economia anunciadas pelo governo brasileiro recentemente, somadas à queda da taxa de juros e do aumento da cotação do dólar, podem minimizar os efeitos da crise internacional. “O momento, porém, é ideal para que sejam reformas estruturantes que garantam o crescimento sustentado do Brasil”, afirma. “Mesmo em um ano eleitoral, o Congresso Nacional deveria retomar a discussão sobre as reformas, para evitar uma piora ainda maior em nosso crescimento”, acrescenta.
Outros indicadores
O levantamento do Departamento Econômico da Fiep mostra ainda que, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2012, a indústria paranaense apresenta sinais negativos nas vendas dentro do Estado (-7,19%) e positivo nas negociações com outros Estados (+2,05%) e nas exportações (+8,25%).
Sobre o nível de emprego, dez dos 18 gêneros pesquisados registraram resultados positivos em abril. Mesmo assim, houve redução de -2,22% nesse indicador no mês. O emprego diretamente ligado à produção também caiu -0,51%. No ano, o nível de emprego na indústria do Estado apresenta incremento de +2,90% no pessoal empregado total e de +3,75% no pessoal empregado na produção. Já a utilização da capacidade instalada do setor permaneceu constante, situando-se em 77%, confirmando a tendência de desaceleração da atividade industrial.
Fonte: FIEP