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segunda, 18 de junho de 2012

Construção civil da região supera índices de 2011

A aposta de muitos investidores na região Sudoeste se confirmou e o ritmo da construção civil nesses primeiros cinco meses de 2012 supera o mesmo período de 2011, atingindo também as vendas e locações imobiliárias. O que já estava bom para o setor parece ganhar mais fôlego este ano, puxado principalmente pelo otimismo econômico que contagia o país inteiro, atrelado a fatores locais em especial que atrai cada vez mais novos moradores. Esta é a realidade constatada na região Sudoeste, em especial nas maiores cidades que ofertam empregos e vagas no ensino superior.

Haitianos

Em Pato Branco, por exemplo, outro fator está elevando a expectativa por imóveis: a vinda de mais haitianos. Empresas de grande porte da cidade estão locando casas e apartamentos para grupos de haitianos que prestam serviços em frigoríficos, indústria metalúrgica e construtoras. Desde a primeira leva, ocorrida há menos de três meses, quando a Frango Seva e a Construtora Pedrão trouxeram 38 trabalhadores, novos acordos foram fechados e outros grupos estão chegando. Uma indústria da cidade sozinha está trazendo cerca de 100 haitianos.

Esses e outros motivos estão fazendo com que Pato Branco e Francisco Beltrão — este pelo curso de Medicina — tenham maior percepção dessa procura e de investimentos no setor. Dados do Conselho Regional de Engenheiros e Arquitetos (Crea-PR) comprovam que não é entusiasmo só de imobiliárias.

Crescimento em 2012

De acordo com relatório de obras registrado junto ao Crea-PR, em Pato Branco houve mais investimento neste começo de ano do que em 2011. O gerente-regional do Crea, Gilmar Ritter, disse que os maiores municípios da região atendidos pela regional tiveram acréscimo, com exceção de Pato Branco, que apresentou pequena queda. A justificativa pode estar na saída dos arquitetos do conselho regional, que criaram um conselho próprio com sede em Curitiba. Mesmo assim, nos primeiros cinco meses de 2012 foram 784 registros contra 799 de 2011. Uma queda de 15 Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) em aproximadamente 150 dias.

Em Francisco Beltrão, foram realizadas 797 obras até agora, enquanto que no mesmo período do ano passado foram 734. Ou seja, mais 63 licenças que 2011. Outro município com crescimento foi Chopinzinho, com 245 contra 220 do ano passado; e São João, de 66 para 100. Em ambos o fator emprego pode explicar o crescimento com o surgimento de novas indústrias.

Venda e locação variam entre imobiliárias

Se para algumas imobiliárias a procura por imóveis para locação e para compra está em ritmo acelerado e supera a oferta, para outras o cenário muda. Em contato com duas imobiliárias de Pato Branco, o discurso de mais procura do que oferta se confirmou, principalmente de casas e apartamentos pequenos. Em outra, corretores estão menos animados e arriscam até falar em declínio de procura e de preço.

A razão pode estar em ambos e em nenhum deles, tendo em vista o dinamismo do setor nos últimos anos. O fato é que, segundo corretores, os novos prazos do Minha Casa Minha Vida, a queda de juro, os novos cursos de graduação, a vinda de haitianos e a oferta de emprego têm atraído muita gente para a cidade. Por outro lado, muitas construtoras estão entregando empreendimentos imobiliários e outras estão por entregar, elevando a oferta.

Para Júnior Gonçalves, um dos corretores ouvidos, a procura por imóveis está aquecida, principalmente no que se refere a terrenos. "Não podemos reclamar e podemos dizer que praticamente todos os dias fechamos negócios. O perfil varia, mas pelo menos 15% são de investidores", disse, lembrando que a valorização dos imóveis é de 30%, em média, por ano.

A colega de trabalho Daiane Matter Leite é ainda mais otimista com relação ao aluguel. "Sempre tivemos uma boa procura, mas agora, com os haitianos e estudantes, aumentou bem. Posso dizer que hoje a procura está maior que a oferta", resume, salientando a questão gosto.


Receoso

Já Sebastião Adélcio, corretor de outra imobiliária, é mais contido. Em sua opinião, o momento não é dos melhores. "No início do ano, a procura sempre aumenta, mas agora deu uma parada. Temos novos imóveis na praça e isso provoca o chamado efeito colmeia. Famílias saem do aluguel e vão para o seu imóvel. Aí começa a sobrar. Melhor sorte têm os apartamentos com condomínio mais baixo", avalia o corretor.
Fonte: Cacispar

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