O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, assinou segunda-feira, 20, os contratos de concessão para exploração das usinas hidrelétricas Baixo Iguaçu e São Roque. As usinas devem começar a operar em 2016 e o prazo de concessão é de 35 anos.
A Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Rio Iguaçu, será construída entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, no Paraná. Ela terá capacidade de 350,20 MW e receberá investimentos de R$ 1,6 bilhão da concessionária Geração Céu Azul, da companhia Neoenergia. A usina foi leiloada em 30 de setembro de 2008.
A demora para obtenção de licença ambiental para a usina foi mencionada por Lobão e pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ideli, que discursou antes de Lobão, ironizou a situação. "Há certas licenças ambientais que demoram tanto que o animal em extinção acaba se tornando o empreendedor", afirmou. "Quero parabenizar os que não se extinguiram. É uma batalha permanente e cotidiana."
Lobão, por sua vez, disse haver uma oposição muito maior às hidrelétricas que às térmicas. "Às vezes, eu tenho a impressão de que pessoas até inteligentes formam sua cultura e tradição na contestação", afirmou. "Há uma oposição cerrada às hidrelétricas, como se fossem um mal gigantesco ao País, e não um bem", disse, ressaltando que, no exterior, o Brasil recebe elogios por sua matriz energética.
O processo de concessão se arrasta desde 2008. Uma briga judicial era travada pelo Ministério Público Federal e uma entidade ambiental contra a decisão do governo de construir a hidrelétrica que faz divisa com o Parque Nacional do Iguaçu.
Obras e gargalo
Defensor do investimento, o capanemense Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) disse ter conversado com o ministro Edson Lobão durante a Rio+20, conferência do meio ambiente. “O governo deu o último passo ao que correspondia de responsabilidade do governo federal. Agora, o próximo passo é o governo estadual”, disse.
Para Edson, “vai ser uma ótima oportunidade para o Sudoeste”. Ele disse que a Copel deverá ser sócia no empreendimento. “A Copel deve entrar com participação em torno de 30%.
Em contato por telefone, o prefeito Milton Kafer (PMDB) disse que foram vários passos dados para esta conquista. “Eu acredito que num prazo de quatro a seis meses as obras podem ter início”.
Fonte: Jornal de Beltrão
