Hábitos de consumo vão mudar após pandemia do coronavírus, aponta pesquisa
sexta, 12 de junho de 2020
Segundo pesquisa encomendada pela Febraban, quase metade dos entrevistados diz que reduzirá consumo em bares e shoppings. Levantamento ouviu mil pessoas entre os dias 1º e 3
A pandemia do novo coronavírus deve mudar hábitos de consumo, principalmente em setores ligados ao comércio e aos serviços, aponta levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) encomendado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Batizado de “Observatório Febraban”, o levantamento ouviu entre os dias 1º e 3 deste mês mil pessoas, amostra considerada representativa da população adulta bancarizada de todas as regiões.
De acordo com a pesquisa:
O comércio e os serviços estão entre os setores mais atingidos pela crise econômica causada pelo novo coronavírus. Juntos, os dois segmentos fecharam quase 779 mil vagas formais de emprego nos meses de março e abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Empresários da área de bares e restaurantes ouvidos pelo G1 relatam perdas de até 80% no faturamento, mesmo com a adoção do serviço de delivery ou de take out (retirada no local). Eles afirmam que estão sendo obrigados a reinventar os negócios para garantir a continuidade das atividades e reconquistar a confiança de clientes na futura reabertura.
Recuperação da economia
A pesquisa também aponta cautela da população bancarizada em relação ao ritmo de retomada da atividade econômica. Para 43%, a economia do país só vai se recuperar dos efeitos da pandemia depois de dois anos.
Na última segunda-feira, analistas do mercado financeiro reduziram pela 17ª vez consecutiva a previsão para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020, para -6,48%.
Os organismos internacionais projetam recessões ainda mais profundas. O Banco Mundial prevê queda de 8% do PIB do Brasil. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fala em um recuo de 7,4%, que pode chegar a 9,1% se houver uma segunda onda de surto da doença.
O levantamento aponta, porém, um otimismo maior relação à situação financeira pessoal e familiar. Praticamente metade (49%) dos entrevistados acredita que as finanças particulares voltarão ao patamar pré-pandemia no prazo de até um ano.
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