O brasileiro está tão acostumado a pagar taxas altíssimas de juros que não percebe mais o quanto é lesado quando precisa de serviços bancários, empréstimos pessoais ou financiamento para aquisição de bens. Neste mês, os bancos oficiais — Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil — anunciaram algumas medidas prevendo redução nas taxas de juros. A Caixa, por exemplo, baixou a taxa do cheque especial de 8,25% para 4,27%, dentre outras modificações significativas. Os juros cobrados pelo BB no crédito rotativo no cartão, por exemplo, caíram de uma média de 12,25% ao mês para até 3%. As instituições também anunciaram a redução os juros nas linhas de crédito para pessoas físicas e pequenas empresas.
O economista José Maria Ramos, professor da Unioeste, observa que as taxas de juros praticadas na economia brasileira, "principalmente aos consumidores, são absurdas, alguns preferem dizer pornográficas".
A medida do governo ao impor uma redução dos juros ao mercado de crédito brasileiro a partir da Caixa e do BB, na opinião dele, irá promover um debate mais amplo, com a finalidade de avaliar as características do sistema financeiro brasileiro, fazendo com que haja alterações do modelo, principalmente, das relações dos bancos com o Banco Central no que tange aos depósitos compulsórios. "A legislação financeira precisa ser modernizada, aspectos tributários do sistema financeiro. E com isso quem sabe possamos deixar de ser um país detentor das maiores taxas de juros do mundo." Os bancos privados, com medo de perder seus clientes, acabaram seguindo o mesmo exemplo da Caixa e do BB e baixaram as taxas de juros em diversos serviços.
Fonte: Jornal de Beltrão
